Desde o Brasil, saúdo os companheiros hondurenhos, firmes na defesa da democracia do povo latino americano. O PCB de Itumbiara deseja sucesso e força ao povo hondurenho. Venceremos!Segue um conto de minha autoria em homenagem aos que lutam contra os gorilas golpistas.
Hasta la victoria
Por Gustavo Samuel
Marcham. Pé direito, pé esquerdo. Pé direito, pé esquerdo. Pé esquerdo, pé esquerdo. Homens, mulheres, jovens, crianças, idosos, operários, camponeses, hondurenhos, latino-americanos, cidadãos.
Manuel, não o presidente que tenta voltar ao país, mas o que só vive ali desde que nascera, há dez anos, segura firme a mão de sua mãe, que junto com outros milhares, protestam pelas ruas de Tegucigalpa.
Alguém vê um grupo de soldados se aproximando, sempre atrás de seus escudos, e soa o grito de “Assassinos”. O pequeno Manuel se estica todo, tentando observar o que acontecia. Só consegue ver o braço de um soldado bem jovem, que tremia. “Por que ele tem medo se tem uma arma?”, o pequeno se perguntou. Ele olhou para trás e viu uma multidão enfurecida. Sentiu que também sentiria medo se tivesse que enfrentar aquele gigante, formado por milhares de guerreiros.
Um senhor muito velho deu uma palmadinha na nuca do garoto, que o cumprimentou com entusiasmo. O ancião também se chamava Manuel. Ele se abaixou até ficar da altura do menino e disse:
- Você pode ver? Lá na frente?
- Ver o que? O soldados? A manifestação?
- A nossa vitória.
Um raio do sol atingiu os olhos do pequeno Manuel em cheio, que se fecharam em um instante. Foi quando ele viu uma outra marcha, mas nessa os soldados não apontavam armas para eles, não havia mães com roupas pretas e jovens com cabeças e braços enfaixados. A imagem foi desaparecendo, mas Manuel pode ler ainda na fachada do Palácio do Governo as seguintes palavras: “Aqui manda o povo”.
O pequeno sentiu a mãe o puxando para frente. O velho Manuel acertou outro tapinha em sua cabeça e perguntou:
- Viu?
- A vitória é nossa.
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